Luís II da Baviera
"(...) A noite... não há coisa mais bela do que a noite. Diz-se que o culto da noite...da lua...é um mito maternal... Enquanto que o culto do dia, do sol, seria um mito viril... E, no entanto, para mim o mistério, a grandiosa beleza da noite foram sempre o reino sem limites dos heróis. E, portanto, também o da razão... Pobre doutor Gudden, obrigado a estudar-me de manhã à noite e da noite à manhã. Mas eu sou um enigma. Eu quero permanecer para sempre um enigma, para os outros, e mesmo para mim."
("Luís da Baviera" in "Luchino Visconti, Les Feux de la passsion" de Laurence Schifano)
Mesmo um rei, quando mergulha assim no domínio do irracional e o seu romantismo tem tão desastrosas consequências no orçamento, depressa encontra os limites do seu poder.
Por maioria de razão, numa época em que a monarquia se achava já em tantos países limitada constitucionalmente.
Ainda assim, as fantasias de Luís II não foram em pura perda.
Os seus palácios, que atingiram a perfeição do kitsch, são hoje visitados por milhares de turistas, como tantas outras megalomanias do passado.
Mas o que torna o caso do sucessor de Maximiliano II tão cativante é a força das suas ilusões e do seu irrealismo que o separam do poder como se dum reagente químico se tratasse.
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