"Jogadores" (Paul Cézanne)
A revolução de Cézanne, pintor em que tantos reconhecem o pai da pintura moderna, corresponde ao fim duma certa natureza e da inocência do olhar.
A ideia de geometrizar as formas e de recusar a ilusão da perspectiva e do sensualismo fazia parte daquilo a que Foucauld chamou de novo paradigma, que abria o caminho e em que a moderna consciência se revia.
A liberdade em relação a um referente externo tornou a pintura definitivamente na coisa mental que segundo Leonardo já era.
Percebemos a concordância e a pertinência com a nossa experiência, mas elas já não são imediatas.
E penso naquilo que Einstein diz da ciência dos nossos dias: ela é cada vez mais abstracta e mais longe do empirismo. É preciso permanentemente reconduzir o ideal ao concreto, mas nunca será deste, nunca será da experiência que nasce o novo.
A pintura poderá então deixar de ser visual?
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