"Na Grécia, o mito escapou-se do rito como o génio se escapa da garrafa."
(Roberto Calasso)
Seria, então, a dança a origem das ideias? O pensamento no estado de harmonia com o corpo. É tardia esta percepção entre os modernos de que o 'corpo' também pensa.
Muitos criadores situaram a origem das suas melhores ideias na sua infância quando os titãs, os deuses da terra, são tudo o que aparece, e o pensamento se debate no magma inicial.
Perguntamo-nos, contra essa ideia, se a 'originalidade' do indivíduo pode ter aí o seu fundamento e se, na ausência ainda da história de cada um, do seu 'acquis', não seria antes essa a marca do 'impessoal' que na interpretação de Simone Weil, por exemplo, seria a 'casa do sagrado'.
Se assim fosse, talvez vivamos na ilusão de que o 'génio' é o mais pessoal do indivíduo, quando o verdadeiro génio não está na idiossincrasia ou no percurso do indivíduo, mas em algo que o transcende de todo em todo.
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