"De um modo que visa a crítica da metafísica, Heidegger serve-se dos conceitos metafísicos como de uma escada, a qual deita fora após ter subido pelos seus degraus. Chegado lá acima, o Heidegger da última fase recolhe-se como é evidente, ao contrário do Wittgenstein da primeira fase, na silenciosa contemplação do místico, assumindo prolixamente, num gesto de visionário, a autoridade do iniciado."
(Jürgen Habermas)
Mas, que é a história do homem senão este 'deitar fora' a escada por onde subimos? Sem dúvida que nos compreenderíamos melhor se mantivesses a memória dos degraus que fomos subindo (e descendo). Esse, porém, não parece ser o método que serve a nossa 'pressa de chegar', como dizia o Gedeão.
Deitamos fora a escada sempre que podemos, porque é dessa forma que, aparentemente, de modo mais radical nos transformamos. O ponto é que o pensamento antes de nos catapultarmos para uns degraus 'acima' se perde e passa a ser colonizado pelo presente. O século XIX torna-se 'selvagem' aos olhos dos seus 'encobridores'.
Não podemos julgar o filósofo Martin Heidegger. O conhecimento de que nos orgulhamos apagou o rasto da nossa 'incompreensível' obscuridade e também nós nos livrámos da escada.
Numa próxima curva, encontraremos, talvez, o Planeta dos Macacos.
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