sábado, 26 de dezembro de 2015

O NÃO-HUMANO

http://www.cadaestudiante.com/pics2/nada.jpg



Toda a verdade tem um carácter não-humano (inhumain), "se se entender aqui por não-humano uma espécie de desconexão entre a verdade e os efeitos de sentido de que o humano se alimenta."

(Alain Badiou)

A verdade não poderia, assim, ser a verdade inteira, por causa deste seu carácter não-humano, de que não podemos fazer sentido. Esta falha explicaria porque sentimos necessidade de distinguir as várias acepções do termo: verdade absoluta, verdade pura, ou verdade comezinha, 'lapalissade'.

Há a verdade do vivido, da nossa experiência que se confunde com a sinceridade, a honestidade, etc., ideia a que a filosofia sempre quis contrapor a verdade objectiva, universal e eterna, conforme a sua origem teológica. Para Platão, por exemplo, o mundo da aparência inclui as nossas próprias opiniões 'sinceras' e a mais 'honesta' das ignorâncias.

No pólo científico, da verdade objectiva e comprovada experimentalmente, a necessidade de 'domesticar' o 'não-humano' e de o abrangermos nas nossas projecções é quase inevitável e de todos os tempos.

"É assim que Descartes, que distingue da metafísica, busca do Ser através do pensamento, a ciência, análise da natureza, não pode impedir-se de unir a ciência à metafísica como o tronco e as raízes da mesma árvore do conhecimento, e de utilizar para uma e para outra a mesma palavra verdade."(M. Deschoux, J. Gagey, P. Bigler, Philos. dernière)






0 comentários: