terça-feira, 1 de dezembro de 2015

CIRO



"Eu nunca tive medo de homens que têm um lugar particular de encontro no meio da cidade, onde juram isto e aquilo e onde se enganam entre eles."

(Cirus, in "Nozze di Cadmo e Armonia" de Roberto Calasso)

O rei dos Persas avalia a força da sua nação em termos de eficácia militar, de unidade e coesão dos seus súbditos, comparada com a fraqueza correspondente de Atenas.

Cirus pode não ter medo da democracia ateniense, em contrapartida, cada um dos seus súbditos teme-o a ele. A teocracia de alguns dos actuais regimes orientais e a ferocidade, aos nossos olhos, dos seus códigos vêm da mesma cimenteira do medo.

Xenofonte escreveu um panegírico sobre o rei persa ("Ciropedia"), onde ele nos é apresentado como um homem virtuoso e sábio.

Talvez seja por isso que não se contente com expor a fraqueza da organização política e militar dos Atenienses, mas considera também que a mentira reina na sua política e que os democratas se iludem num engano mútuo.

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