Krzysztof Kieslowski
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Se ela conseguir retê-lo até às sete da manhã, naquela véspera de fim-de-ano, a sua vida impossível vai mudar para melhor.
Por isso inventa um marido suicida e arrasta o amante pelos hospitais da cidade à procura do corpo.
Esmagado pelo sentimento de culpa, ele segue-a, deixando a mulher desconfiada, com um pretexto. Incitado pelo desespero dela, desafia a morte com o pé no acelerador.
Ela confessa, por fim, que lhe mentiu durante toda a noite.
Às vezes, há ódio nas suas palavras. O amor nem sequer é uma recordação. Extinto como as coisas extintas. Parece um sinistro que tivesse deixado mutilados todos os intervenientes.
É o episódio nº 3 do "Decálogo".
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