David Lynch em Cannes
Em "Mulholland Drive", depois de Rita introduzir a chave azul no misterioso bloco que trazia na carteira, o filme é como se fosse reescrito pelo inconsciente freudiano.
As personagens conservam apenas a máscara, mas o seu papel mudou, às vezes é apenas uma conotação relativamente ao anterior, toda a acção se encontra num tabuleiro deslocado, delirante de sentido.
A certo ponto, desistimos de procurar a lógica, para nos deixarmos sugestionar, porque tudo se tornou um Mc Guffin hitchcockiano.
Não tira que fiquemos, no final, com a impressão de que o autor já não está lá. Que foi substituído pela prestidigitação.
"No hay banda" igual a "No hay autor".
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