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"A educação democrática, admita-o ou não, quer e precisa de produzir homens e mulheres que tenham os gostos, os conhecimentos e o carácter apoiante do regime democrático."
"The closing of the american mind" (Allan Bloom)
É o mesmo que a conhecida fórmula: "sem democratas, não há democracia."
O endoutrinamento e a 'lavagem ao cérebro' sempre foram necessários aos regimes despóticos. A democracia, pelo seu lado, precisa de cultivar a igualdade (pelo menos no plano simbólico, como nas democracias que, ao mesmo tempo, promovem a desigualdade social, mesmo extrema, como é o caso dos EUA), a tolerância e, como diz Allan, o relativismo em relação à verdade. O extraordinário sucesso da teoria de Einstein, embora nada tenha a ver com a ética, como que selou a fórmula inultrapassável (mas contraditória) de que 'tudo é relativo'.
O sistema educativo dos americanos parece ter estabelecido essa aliança espúria com a ideia deturpada da física teórica, de tal modo que, diz-nos Bloom, no seu tempo de professor, o 'relativismo' era a crença 'espontânea' dos alunos e causava escândalo que não fosse reconhecido o seu carácter óbvio.
Entretanto, os professores da democracia foram transformados em auxiliares (sujeitos a caução) do Grande Deseducador em que o conjunto dos mídia se tornou. Escusado será dizer que essa 'educação' não corresponde a um ideal, democrático, ou não, e nem sequer a uma política. É um pseudo-sistema, jogando com os destroços do antigo, uma espécie de subproduto da corrida tecnológica.
Em que se transformará, assim, o regime democrático, sem o apoio da sua Escola e da sua Universidade? É que as universidades se transformaram em mentores da organização capitalista mais do que guardiães dos princípios democráticos...
O Francis Underwood de "House of Cards" é talvez profético. Um novo Ricardo III, shakespeareano, personagem de uma ficção maior, rebolanda a sua 'corcunda' nos despojos de uma grande ideia.
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