"A política é a arte de impedir as pessoas de meterem o nariz em coisas que lhes dizem realmente respeito."
(Paul Valéry)
Mas que estado tão avançado da civilização seria esse, em que as pessoas tivessem de ser privadas do direito a governarem o seu país, através de um artifício, para que esse governo fosse entregue a quem 'sabe', ou a quem 'pode'!
Mas o 'espírito' é que é o verdadeiro autor da frase de Valéry, que não é mais falsa do que essa outra que diz que, em democracia, é o povo que governa. Que relação pode haver entre aqueles que votam ou se manifestam, com qualquer arte de governar, ou de pilotagem no alto mar (Platão)? Uma votação pode ser uma grande onda, e milhões na rua fazem virar qualquer barco. A passagem é muitas vezes estreita, e o piloto que conseguiu salvar o seu navio, as mais das vezes, aproveitou bem a pura sorte.
Aqui a grande virtude é a coragem. Não entregar todos os nossos trunfos à sorte ou ao santo padroeiro.
Nestes encontros e desencontros, salva-se a vontade de El-Rei D. João II, a ideia colectiva da "Mensagem".
Se lermos assim a história, não há arte, nem sabedoria que cheguem para justificar a política, e a democracia, o governo do povo pelo povo, é mais do que uma metáfora.
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