sábado, 22 de fevereiro de 2014

ALENTEJO METAFÍSICO

Estremoz

 

Há qualquer coisa de geometricamente estranho na praça D. Dinis, em Estremoz (se nos conseguirmos abstrair dos automóveis que ali se encontram estacionados),

De certos ângulos, faz lembrar o espaço mental dum Chirico, atravessado por figuras lunares como a da rainha branca com as suas flores, de costas voltadas para o vazio.

Não há nenhum edifício simétrico, nenhum volume parece integrado em qualquer conjunto pensado. Tudo é desigual e até o negro da torre contrasta com o mármore da Casa do Desenho e a igreja sem empena que está ao lado.

Donde vem, portanto, a sensação duma tão forte harmonia?

 

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