(Jackson Pollock) |
"Na medida em que uma obra é de artesão, o seu modelo está sempre fora da obra; mas tanto quanto ela é de artista, é sempre a obra mesma que é o modelo."
(Alain)
Mas todo o automatismo em pintura, por exemplo, cai nessa categoria da obra que é o modelo de si mesma (o que está feito sugere o que se vai fazendo).
O modelo 'exterior', por outro lado, tanto pode ser a ideia de como se faz uma mesa, como uma pintura dessa mesa, e a reprodução em ambos os casos requer, naturalmente diferentes técnicas e habilidades.
Quando Chartier diz que a arte tem o modelo em si própria não se refere, evidentemente, ao modelo da mesa 'real', mas ao do sistema da pintura, no qual o objecto pintado é uma 'realidade' do tipo de todos os objectos pintados, o que pouco tem a ver com a mesa a que nos sentamos.
Esse critério permite-nos distinguir uma arte de outra arte, ou uma obra criativa de uma peça de artesão, mas não o bom e o mau dentro do sistema da pintura. Porque até o mau pintor se tenta integrar no sistema, e nunca confundirá o modelo dentro desse sistema e a simples imagem de um objecto do nosso mundo.
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