sábado, 21 de dezembro de 2013

DE MÉDICO E DE LOUCO

El gran paranóico - 1936 (Salvador Dali)


"A razão e a justiça são as grandes armas do paranóico. A sua razão e a sua justiça, porque o paranóico não está talhado para o Estado de Direito onde a razão se discute e a justiça está nos códigos."


"Como tornar-se doente mental" (J.L. Pio Abreu)


Aqui está uma declaração que faz da acção dos grandes reformadores uma espécie de paranóia.

Pode dizer-se que, alguns deles pelo menos, estiveram sempre receptivos à discussão e a respeitar as leis, tanto quanto lhes era possível.

Mas é a força da sua convicção, quando os potenciais aliados não sabem ou têm dúvidas, e o rasgo da sua visão do futuro, ao ponto de desafiar os códigos vigentes que faz o sucesso das reformas por que esses homens lutam.

Mas como "de médico e louco, todos temos um pouco", só podemos atribuir à sorte, ao encontro de uma tendência no indivíduo e dum estado do mundo, a sua situação própria, que um se torne completamente louco e que outro conduza a humanidade a um novo patamar do progresso.

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