"The Power of Photography" |
"As máquinas são o novo proletariado. À classe operária já foi entregue a guia de marcha."
(Jacques Attali, citado por Jeremy Rifkin)
Chegará alguma vez esta profecia, esta 'provocação anti-marxista', a ser verdade, para além do mundo mais desenvolvido?
Vejo as fotografias que Marcus Bleasdale recolheu no leste da República do Congo, de crianças escravizadas nas minas donde provém o tungsténio e outros minérios necessários aos nossos 'tabletes' e 'smartphones', e parece-me que o mundo nunca chegará a ser um só, e que a chamada globalização será por uma eternidade ainda um eufemismo para a selvajaria das forças desencadeadas e para a não-racionalidade da economia financeira.
Se, nalguns países, uma parte da 'classe operária' já recebeu a 'guia marcha', para dar lugar ao numérico, como dizem os franceses, e à robotização, devemos ver nisso uma tendência imparável do progresso, e que é uma questão de tempo que o homem precise de confiar a outra coisa o sentido que tinha o trabalho na sua vida, ou uma oportunidade histórica de julgar os dois tipos de homem e as duas sociedades, presentes simultâneamente, numa contemporaneidade que não deixa de lembrar a do 'homo sapiens' e a dos últimos neandertais?
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