Luís XVI
"A educação jesuíta que ele recebera e a licença para mentir que os padres lhe davam não é talvez suficiente para explicar bem isto. Mesmo na sua dependência ele conhecia-os, nem sempre os estimava e não lhes teria obedecido se não tivesse achado as suas opiniões conformes com o que lhe permitia a sua consciência de rei."
"História da Revolução Francesa" (Jules Michelet)
Michelet diz que o fundo dessa consciência era "o princípio de salvação pública ou da razão de Estado". Richelieu, Mazarin e Luís XIV desenvolveram essa doutrina. Por ela se mentia e assassinava, de consciência tranquila.
O historiador faz assim justiça a um homem (Luís XVI) que, embora fraco de carácter, não era um imbecil manobrado pela sotaina.
E basta pensar nas grandes chacinas do século XX para ver como a razão é a principal inimiga de si própria.
A humanidade, como qualidade moral, talvez esteja toda no movimento do juízo que "supera e conserva", que não se detém no erro, mas se serve dele como "motor de arranque".
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