Santa Isabel da Hungria
"Era uma crítica perfeitamente absurda considerar o castigo corporal como particularmente humilhante. Santa Isabel tinha sido flagelada até ao sangue pelo seu confessor, Conrad de Marbourg; segundo a lenda, "a sua alma exaltara-se até ao terceiro coro"; e ela própria havia vergastado uma pobre velha que tinha demasiado sono para se confessar."
São as trevas associadas à Idade Média que parecem soltar-se destas palavras de Naphta, o jesuíta de "A Montanha mágica" (Thomas Mann).
Por muito que o Romantismo tenha reabilitado essa época, a ideia da mortificação do corpo continua a repugnar à nossa razão, quase tanto como o dualismo do corpo e do espírito.
Mas que os mações, por exemplo, se apliquem ainda o cilício, o que de resto banalizam, comparando-o à tortura que se infligem alguns atletas desportivos, não significa forçosamente uma excepção. A politização do corpo, essa, sabemos que é a regra.
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