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"Mantenho que o cinismo confina com a castidade."
(Gustave Flaubert)
O cínico (no sentido moderno) é um homem que, doutrinariamente, ou fundado na experiência pessoal, se priva de acreditar. Enquanto os seguidores de Antístenes procuravam a felicidade através de uma vida virtuosa, de acordo com a natureza.
Que espécie de virtude encontra, então, o romancista neste cinismo mudado, já que se supõe que a castidade seja virtuosa, pelo menos de um ponto de vista religioso?
Que há, nele, de puro ou de sacrificial? Aparentemente nada. E, no entanto, podemos facilmente imaginar que na base desta descrença sistemática se encontre algo de aparentado com a atitude anti-social daqueles gregos que os seus contemporâneos acusavam de viverem como cães. O cínico moderno coloca-se a si mesmo fora da sociedade (como os 'dissidentes' se colocavam 'fora do partido'), ao romper com as crenças comuns. Isso, também se pode entender como um sacrifício (à sua 'ideia') como o 'casto' que oferece a sua sexualidade activa à sua religião.
A diferença é que o novo cínico é um individualista e que provavelmente não acredita que a sua 'auto-exclusão' seja o caminho para a felicidade ou para qualquer perfeição...
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