quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

MISANTROPIA

Benjamin Constant

 

"É preciso estudar as misérias dos homens, mas contar entre estas misérias as ideias que eles se fazem dos meios para as combater."

(Benjamin Constant)


É Camus que cita este pensamento. Camus, homem sem Deus, homem de Deus. Pois como falar das 'misérias' da condição (é isso, não é?), sem falar das 'grandezas'?

Por outro lado, essas misérias combatem-se, mas na ilusão, e será por isso que se recusa a grandeza a esse combate. Um exemplo do bardo inglês: Lear é tolo quando despreza Cordélia e faz fé na justiça das outras filhas, Regan e Goneril. A miséria que lhe sucede parece uma sentença do Céu, mas ele é grande nessa miséria. Moral da história: a ilusão não é o fim da conversa.

A ilusão é-nos tão essencial que não aprenderíamos nada sem passar por ela. Nessa passagem, descobrimos o sentido do combate de que fala Benjamin Constant e o 'resultado' surge como irrelevante.


 

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