"Modern Times" |
"Nem é preciso dizer, de resto, que os técnicos ignoram os fundamentos teóricos dos conhecimentos que utilizam. Os sábios, pelo seu lado, não só permanecem estranhos aos problemas técnicos, como se encontram ainda privados dessa visão de conjunto que é a própria essência da cultura teórica."
(Simone Weil)
A caricatura extrema desta divergência entre a técnica e a cultura teórica, é o almoço-minuto do operário, nos "Tempos Modernos", de Chaplin, graças a uma máquina que é o último grito da técnica e que evita os movimentos 'supérfluos' na alimentação. Um exemplo mais próximo é o martelo pneumático em que o trabalhador se tem de apoiar, servindo os seus órgãos internos de amortecedor.
Entretanto, nos lugares mais civilizados (o que, neste mundo 'global', exclui os países pobres que, em muitos casos, não têm outro remédio senão utilizar a técnica agora 'desonrada' nos países ricos), apesar da especialização crescente, a 'visão do conjunto' de que pode emergir a coordenação e a integração do processo técnico é hoje, cada vez mais assegurada pela computação e pela 'rede', a última prótese que replica o cérebro humano.
Simone, que escreveu nos anos trinta do século passado, não chegou a conhecer essa 'evicção' do humano pelo inevitável efeito da complexidade.
Mas já é assim que pensamos (ou nos deixamos pensar), sempre que nos esforçamos por compreender o Cosmos...
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