http://tina.merandon.revue.com/business/photo4.shtml
Como, há umas décadas atrás, o movimento pelo Crescimento Zero, o discurso contra a globalização parece hoje enfrentar uma realidade avassaladora, uma poderosa corrente em que vêm confluir os caudais libertados pela revolução tecnológica e dos meios de comunicação e pelo fim das últimas barreiras (ideológicas) ao mercado total.
Segundo Jean-Claude Guilleband ("La grande inquiétude"), ninguém estaria interessado (no mundo ocidental, presume-se) em travar esse movimento através do totalitarismo, o fundamentalismo ou a polícia política. Mas a democracia, congenial a esta expansão do mercado, não deixaria de ser ameaçada por uma estirpe agressiva do liberalismo.
A velocidade a que tudo isso se passa torna o mundo cada vez mais pequeno e mais violento, com a intrusão das massas no habitat individual e decrescentes condições para o isolamento e a autonomia.
Não são precisas outras provas (para além do que está à vista) de que ninguém, nem nenhuma nação consegue controlar o ritmo da mudança e a sua direcção.
Desenha-se, pois, uma situação parecida com a do chamado "vazio de poder". E, como sabemos pela antropologia, nenhuma comunidade (o mundo está definitivamente a emergir como "aldeia global") dispensa a maldição do poder, nem ela se estabelece sem um crime simbólico.
A pergunta é: poderemos "queimar" essa etapa?
0 comentários:
Enviar um comentário