terça-feira, 9 de dezembro de 2014

ENVELHECEM AS IDEIAS?

Jürgen Habermas

"O 'sim' e o 'não' dos actores que agem de modo comunicacional é tão predeterminado pelos contextos linguísticos e tão influenciado pela retórica que as anomalias que se manifestam nas fases de esgotamento já só se apresentam como sintomas de uma vitalidade evanescente, como processos do envelhecimento, como processos análogos aos naturais e não como consequência de soluções erróneas de problemas e como respostas 'inválidas'."

("O Discurso Filosófico da Modernidade", Jürgen Habermas)

 

Será que a aparente 'fase de esgotamento' do partido comunista é hoje lida como um processo de envelhecimento, análogo ao da natureza? Contra essa leitura impõe-se, parece-me, por causa da história recente e do contexto internacional, a outra explicação dada por Habermas, a das consequências de 'soluções erróneas' e de 'respostas inválidas'.

Isto, todavia, acontece com a mesma premissa de um 'contexto linguístico' e de uma retórica. É que não podemos 'saltar sobre a nossa própria sombra'. Se não dispuséssemos de um 'aparelho' conceptual e discursivo tampouco haveria o 'sim e o não'.

A 'crítica' da caducidade das teorias políticas é francamente insuficiente quando se lida com categorias como a utopia e o ideal.

 

 

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