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Tem de haver alguma má-consciencia em todo o economista demasiado seguro do que vem anunciar à televisão.
Os economistas constroem modelos, que podem ser matematicamente irrepreensíveis, e que, apenas por isso, estão condenados ao fracasso.
A realidade que procura sondar o modelo não pode de facto ser antecipada.
O resultado depende, não da exactidão (que não é possível), mas da felicidade da profecia.
Por isso se diz, em defesa da economia, que ela é uma ciência social, com isso se pretendendo manter toda a sua dignidade, apesar da sua visível falência. Mas também, redobrando a parada, dizem outros que ela é uma super-ciência, pela sua crescente multidisciplinaridade.
Eu não vejo por que é que a "ciência que estuda os fenómenos relacionados com a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários ao bem-estar" (uma das definições do dicionário Houaiss) não deva ser simplesmente considerada uma arte.
Realmente é disso que precisamos para nos governarmos num oceano de incertezas.
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