"O conceito de fraternidade proposto pelos revolucionários de 1789 inspirava-se, de facto, consciente ou inconscientemente, no modelo monástico e religioso da Idade Média ocidental."
(José Mattoso)
Na visão de Auguste Comte, as primeiras ciências conservam-se na matriz das que se desenvolvem a partir delas. Que outro exemplo temos da ideia de fraternidade antes da versão monástica? Somos todos irmãos só porque somos 'filhos de Deus'? Então a interpretação franciscana é a verdadeira: irmão sol, irmã lua.
Os começos do conhecimento científico, que conjecturamos terem acontecido na Grécia, transformaram para sempre o nosso modo de ver o mundo mas, como não podia deixar de ser, esse conhecimento pertencia, na sua totalidade, ao mundo religioso. Coube ao mais 'palavroso' dos povos a tarefa de lançar ao oceano desconhecido do futuro, esta 'nave dos loucos', uma loucura 'articulada' (V.B.Marques), decerto, onde nos sentimos cada vez mais importantes.
Mais tarde, a Igreja veio alertar para os perigos do 'palavreado', onde o 'pecado' espreita. Tudo é possível na especulação teórica, e alguma audácia é preciso para nos fazer acreditar nos novos mitos da 'cosmologia'.
Assim, era interessante filiar as outras figuras da tríada de 1789. Reconheceríamos, mais uma vez, que os mitos fundadores nunca deixaram de nos guiar. É a parte verosímil da astrologia.
0 comentários:
Enviar um comentário