George Orwell |
"(...) se se alberga na mente uma lealdade ou ódio nacionalista, certos factos, ainda que em certo sentido se saiba que são verdade, são inadmissíveis."
("Notas sobre o Nacionalismo", de George Orwell, citado por Tony Judt)
Mesmo a evidência tem uma força limitada, o que prova que, ao contrário do que pensava Descartes, a razão não nos pode definir. O Iluminismo foi um sonho, decerto optimista, que provou que a razão pode tratar o homem como mais um instrumento para a construção de uma sociedade utópica, utópica porque saída da razão, como Atena da perna de Zeus.
A violência da guerra, do ódio nacionalista ou religioso obriga a partir de muito mais baixo. Há uma teoria que afirma que o cérebro reptiliano sobrevive no 'homo sapiens sapiens'. Temos uma cauda virtual e as nossas emoções básicas conservam não se sabe que parte do animal ou animais de que a nossa espécie descende.
A razão, mesmo se considerar que não nasceu do nada, não tem meios para resolver o problema do seu passado.
Os factos podem ser 'inadmissíveis' e nenhum silogismo os pode 'entronizar'. Parece que a vida tem direitos inconversíveis em qualquer outra 'moeda'.
Apesar disso, é evidente que o 'racionalismo' pode muitas vezes evitar o pior. O mesmo homem que a ligação ao grupo torna surdo a todo o 'bom senso', pode passar a 'ouvir' quando se torna, de facto, um indivíduo.
0 comentários:
Enviar um comentário