Em "Les Voleurs" (1996), de André Téchiné, o cínico Alex (Auteuil), perante a confissão de Marie (Deneuve) de que ama Juliette, comenta:
- C'est beau l'amour!
É assim a loucura vista de fora. Mas a loucura dele é pior.
Porque é um polícia que já não sabe deslindar a defesa da ordem de uma paranóia contra a sua própria família, que vive do roubo. Por isso não sabe também o que sente por Juliette, com quem faz amor "como quem se suicida".
Marie não pode viver sem a sua amada, que mudou de vida. Depois de dedicar um livro ao objecto da sua paixão, põe termo à vida.
Alex pergunta-se, no final, por que é que Marie o escolheu a ele como destinatário desse livro e das cassetes com a voz de Juliette gravada. A ele, que já voltou, insensível, a mergulhar no dia a dia violento da sua esquadra, na realidade em que não acredita e que é para si um sonho mau.
Na vida e na personalidade de Juliette, a ladra, está o que pode mudar o seu ódio em compreensão e justiça.
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