quinta-feira, 17 de julho de 2014

DO PODER DOS CARNEIROS

Afonso Costa
 
Afonso Costa
"indivíduos que não têm ideias nítidas e exactas de coisa nenhuma, nem de nenhuma pessoa, não devem ir à urna, para não se dizer que foi com carneiros que confirmámos a república".


Afonso Costa, 12/6/1913, no Parlamento (in "História de Portugal" de Rui Ramos & al.)

Tal era o homem. "Sem papas na língua" e, 'muito, muito orgulhoso' como disse M. Albreight, a emissária de Clinton, sobre o povo chinês (a sua liderança, entenda-se).

Mesmo ao mais alto nível da República, é o mesmo discurso de Salazar: o da menoridade do povo, não estamos preparados para a democracia. É como, se quisermos aprender a nadar, evitar a água, porque ainda não estamos preparados. Mas isto já é ortodoxia. Depois de quarenta anos de prática, já ninguém pode dizer que não estamos preparados, ou que nos dão 'gato por lebre'.

O cansaço e o 'desencanto' atingem também regimes mais antigos, cientes, um tempo, das incomparáveis vantagens, pelo menos no caso do seu país, da democracia em relação a qualquer outro regime. Quanto aos outros países, nem mesmo os Americanos pensarão, hoje (que conhecem melhor o assunto), que os Chineses estariam mais perto de resolver os seus problemas com a democracia. O caso é que o gato do partido único e do seu capitalismo 'sui generis' parece 'caçar gatos.

Ninguém dirá é claro que a imensa 'maioria silenciosa' obedeceria aos critérios de Afonso Costa, relutante democrata como ele era...

 

 

1 comentários:

Dinis disse...

Que ratos é que o partido único caça?