(Miguel Ângelo) |
"O amor vai sempre para a perfeição, e vem sempre da liberdade."
(Jules Lagneau)
E, no entanto, é natural apontar o amor de mãe como o ideal do amor. Seria esse amor tão incondicional se não houvesse uma quase indistinção entre o amor e o seu objecto?
Mas vemos que essa indistinção devia impedir o novo ser de alcançar a sua perfeição própria. Já todos ouvimos falar de mães excessivamente protectoras, de mães 'sufocantes'. É que o preceito de Lagneau não é aqui observado. A liberdade tem de ser tanto de quem ama como de quem é amado. Ama-se a liberdade do outro, superando todo o estado 'fusional'.
A natureza nunca deixa de estar presente, mas, num segundo tempo, 'superada', como diria o hegelianismo.
Parece então verdade que há maior perfeição no 'deixar crescer' do que no sentimento total de amar 'a carne da própria carne'. A liberdade é a coroação do amor, e mesmo uma mãe precisa de sentí-la.
0 comentários:
Enviar um comentário