sábado, 27 de julho de 2013

O TRAVESTI DE JOANA

 

William Etty

"Jeanne d'Arc fait une sortie depuis les portes d'Orléans et repousse les ennemis de la France"

"O que é uma pintura do tempo, o espírito ininteligente destes doutores, a sua cega adesão à letra sem ter em conta o espírito, é que nenhum ponto lhes parecia mais grave do que se ter vestido como um homem.

Censuraram-na, porque segundo os cânones, aqueles que mudam assim o hábito do seu sexo são abomináveis diante de Deus."

"Jeanne d' Arc" (Jules Michelet)

A distinção entre a letra e o espírito já existia na condenação evangélica do fariseu. Mas não importa a antiguidade, visto que cada época tem o seu modo de cair no mesmo erro.

É compreensível que o travesti, no século XV, fosse visto como um acto de rebelião contra o catálogo estabelecido por Deus. Enquanto que para o historiador romântico o que contava era a consciência.

Jeanne, ao vestir como um homem, não tinha mudado de hábito no coração.

 

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