John Locke |
"As pessoas suspeitam sempre das novas opiniões, e normalmente opõem-se-lhes, sem outra razão a não ser que ainda não são comuns."
‘An Essay concerning Human Understanding' (John Locke)
Não é só porque o cérebro é preguiçoso e delegamos, sempre que podemos, no 'piloto automático'. A matéria em questão é, as mais das vezes, indecidível e é imprudente pôrmos em causa, até sem darmos por isso, a bela 'coerência' das nossas opiniões. É como se tivéssemos de consultar o mercado antes de termos a noção do que vale uma opinião nova.
É uma crença na cartesiana distribuição do bom-senso que agora se encontra sujeita à pressão da velocidade com que as coisas mudam e a fenómenos como as 'flash mobs' que destrambelham a confiança na 'vox populi'. O 'bom-senso' depende, cada vez mais, de um bom enquadramento na televisão. Da tradição só se retira a conotação.
Ao contrário do que já foi o sistema da opinião comum, toda a opinião hoje é o resultado da sondagem permanente dos mídias e dos actos de consumo. A globalização e a instantaneidade electrónica permitirão no futuro a utopia leninista da "administração das coisas" por si mesmas. E até uma cozinheira...
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