Máscara de Agamnénon
"O sonho, determinado por Zeus numa forma precisa, atravessa o sono de Agamnénon e ressurge, inalterado, no discurso público.
(...) Como sabemos, o sonho é uma armadilha preparada por Zeus para vingar o ultrajado Aquiles. Atravessa as Portas de Marfim carreando falsidade."
"Paixão intacta" (George Steiner)
O rei deseja a vitória favorecida por Hera, à frente dos "Aqueus de cabelos longos", sem o concurso do detestado Aquiles. Steiner diz que é o estatuto de Agamnénon que dá a veracidade ao sonho. Mas a sorte adversa e o grande ímpeto dos Troianos forçam o rei a pedir o auxílio ao filho de Peleu.
A explicação psicológica deste sonho, de como o sonhador se ilude a si mesmo, tomando o desejo pela realidade (ou pela profecia), graças, certamente, à linguagem poética do entrecho sonhado, não esgota, porém, a "produtividade" deste "sonho sinistro".
É aí que entram Zeus e Hera e o mensageiro ( o Sonho). E esta personificação das "Forças" exprime fortemente o homem no seu ambiente, que é ao mesmo tempo natureza e sociedade.
Enquanto que a psicologia, não é verdade, faz supor que tudo começa e acaba na cabeça de Agamnénon.
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