"Somos atraídos por toda a vida que nos representa alguma coisa de desconhecido, por uma última ilusão a destruir."
"Le Côté de Guermantes" (Marcel Proust)
Quanta "ammarezza" nestas palavras!
O autor aqui toma a palavra ao narrador e fala como um homem que já encontrou o tempo, que percorreu a estrada da vida apenas para voltar ao mesmo lugar, enquanto aos seus olhos medusantes, como no final heraclitiano do "2001", as personagens desaparecem numa combustão vertiginosa.
Por outro lado, a ilusão a destruir talvez não seja senão a chama da vida, que ao mesmo tempo que se consome ilumina.
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