O célebre sofá de Freud
"É porque a vontade é impotente para operar a salvação que a noção de mundo laico é um absurdo."
(Simone Weil)
Talvez seja essa a marca do mundo sem transcendência que é o nosso: ninguém já pensa na sua salvação (esse é que seria o absurdo), mas em safar-se, em tirar o máximo da única vida que há.
Merecemos, por isso, este mundo laico em que o genésico e a vitalidade são os valores supremos, valores sem tensão e sem altura, porque são próprios do "animal sadio que procria" (Pessoa).
Mas a irracionalidade omnipresente no mesmo mundo e a religião como neurose obsessiva universal, na definição de Freud, estão aí para atestar da nossa impotência e da noção que não podemos deixar de ter duma sociedade "feliz", só porque esta é neurótica.
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