"A Inglesa e o Duque" (2001-Eric Rohmer) |
A ideia de utilizar a pintura do século XVIII como cenário em que evoluem as personagens, neste magnífico Rohmer, pareceria, antes de ver o filme, uma aposta perdida.
Mas a harmonização conseguida entre as cores do guarda-roupa e o papel pintado dos interiores, o movimento da multidão e a fixidez dos quadros de Jean Baptiste Marot é perfeita.
Mesmo quando o trompe l'oeil é gritante, há como que um suplemento de autenticidade histórica nesta falência do ilusionismo.
E é preciso comparar este filme, por exemplo, com o perfeccionismo dum Visconti, para perceber que a terceira dimensão nos cenários obrigaria a um filme diferente, muito mais próximo do gosto moderno, mas à custa, precisamente, do sentimento de estranheza perante um mundo que já não é o nosso.
0 comentários:
Enviar um comentário