"Independentemente do que produza, uma organização é uma fábrica que manufactura juízos e decisões."
(Daniel Kahneman)
Parece intuitivo que o grupo organizado tem maior capacidade de intervir na sociedade e, daí, a imemorial existência de facções e de partidos. O que choca é que se compare o processo social da 'super-estrutura' e da 'ideologia' a uma manufactura. Porque os juízos e as decisões aparecem aqui libertos de toda a subjectividade e de toda a vivência e equiparados às 'forças de produção'. Como se vê, estamos ainda no 'horizonte inultrapassável' do marxismo (Sartre).
A utilidade deste avanço terminológico é o de toda a abstracção. Permite-nos estender o domínio do nosso cérebro, neste caso, nas ciências sociais, onde não é permitido 'pisar ramo seco' sem levantar a questão dos próprios fundamentos das ciências humanas.
Se nos organizamos para assegurar a eficácia do pensamento comum (limitado aos seus efeitos mais práticos sobretudo na política e na economia, não corresponderá isso, de certo modo, a um regresso ao 'homo homini lupus' e ao regime do mais apto postulado pelo darwinismo?
Como é natural, podemos interpretar o 'processo histórico' como a história da sobrevivência das 'manufacturas' mais eficientes na produção dos 'juízos e decisões' de maior sucesso.
De facto, a ser assim, o 'horizonte inultrapassável' parece ser o capitalismo (filho legítimo da teoria da 'Evolução das Espécies') e não a 'Crítica da Economia Política'.
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