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"Chegou-se assim a uma pesquisa científica extremamente rica em resultados que se contenta cada vez mais com legitimar o seu método pelos seus sucessos, sem se questionar sobre o que acontece a esses domínios do saber nos quais essa certeza intersubjectiva não pode ser atingida, nem sobre o sentido geral de se ter de tomar como critério de verdade a certeza intersubjectiva em substituição da evidência que se alcança através de uma longa familiaridade."
"La Confiance" (Niklas Luhmann)
Pensar a certeza intersubjectiva, como critério de verdade, significa fazê-la depender da linguagem. Mas por essa via podemos chegar a um acordo a que não corresponda, de facto, um mundo, uma realidade objectiva. Contudo, isso não impedirá esse acordo de ter efeitos práticos e de criar uma nova realidade.
Estamos condenados, por isso, a modificar aquilo que vemos e pensamos, sem nunca atingirmos as coisas tal como elas seriam sem a nossa interferência.
Admitindo, porém, que há qualquer coisa como a experiência intuitiva, pré-verbal, que dá lugar a um outro tipo de certeza, ao abandonarmos a evidência como critério, talvez tenhamos perdido uma dimensão essencial.
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