"É preciso sem dúvida reagir fortemente contra a ideia clássica do valor eminente da autarkia, da auto-suficiência. O perfeito não é o que se basta a si próprio, ou, pelo menos, essa perfeição é a de um sistema, não de um ser..."
"Journal Métaphysique" (Gabriel Marcel, citado por Emmanuel Lévinas)
Infelizmente, a lei da entropia nem aos sistemas físicos permite essa perfeição. Donde a autarcia seja apenas uma ideia.
O poder, enquanto distinto da força (Arendt), não engendra a ilusão da auto-suficiência, porque ele mesmo é a prova de que a política depende da cooperação.
Mas a corrupção do poder pela força, a hubris dos Gregos, é uma espécie de lei da entropia que rege todas as manifestações do poder.
O pensamento de Gabriel Marcel justifica a necessidade do outro para despertar a consciência de nós mesmos. E é bem sabido que dependendo da sorte e do vigor, a ilusão da auto-suficiência vem antes da verdade da interdependência. É o que Lévinas chama de fissão do Eu diante do outro.
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