domingo, 8 de julho de 2007

O PECADO NO SÉCULO



"Qualquer que seja a acção que o indivíduo ou o grupo empreendam contra a totalidade de que fazem parte, essa acção está contaminada pelo que a totalidade tem de mau, e aquele que não faz nada não o está menos. A esse respeito o pecado original foi secularizado."

"Dialectique Négative" (Theodor Adorno)


Comecemos por indagar o que é isso de agir contra a totalidade. Como é que isso é possível? Existe uma totalidade pensável?

Há na vontade, segundo Adorno, um momento irracional que "condena por princípio tudo o que é moral a ser falível". "Separada da razão, declarada um fim em si", está "como todos os ideais que se insurgem contra a razão pronta para o crime" (os Nazis forneceram-nos o "melhor" exemplo desse credo).

Unida à razão, não pode ser completamente determinada por ela, com o que não seria uma acto característico da personalidade, mas um pensamento, um monólogo do espírito consigo mesmo.

O pecado original aplicado à influência da sociedade não pertence já à moral. Sendo inconsciente e anterior ao sujeito da acção encontra um paralelo mais justificado na teoria da reminiscência platónica.

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