sexta-feira, 9 de março de 2012

O DISPARATE

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Segundo a teoria do determinismo psíquico, é "impossível elaborar um disparate, tanto intencional como arbitrariamente." (S.Freud)

Tudo estaria "explicado", tanto os nossos erros como os nossos sucessos. Porque, é verdade, que quando nos enganamos, o fazemos segundo a nossa forma, e o mesmo se passa com tudo o que fazemos. Esta teoria não deixa  lugar ao acaso, como no "melhor dos mundos possíveis".

O curioso é que ela se torna imediatamente verdadeira e confirmada pelos factos logo que acreditemos nela.

Poder-se-á alegar que o contrário disso, ou seja, a fé na nossa liberdade só escapa ao determinismo porque não sabemos "metade da missa". Por isso a ideia de Deus corresponde à ideia confusa de que somos sempre "sobredeterminados". Agir "sob a inspiração divina" é, assim, o ponto de encontro entre a necessidade e a liberdade. Só como o Todo podemos conceber esse momentlo.

Mas aquela síntese é perfeita. A razão humana é de tal modo "necessária", é de tal modo conforme à lei da Natureza, que não pode negar-se a si própria pelo disparate. Porque seria ainda em relação a ela, que tomaríamos consciência do disparate. De resto, estamos sempre a cair fora do racional, por causa do nosso corpo e dos desencontros do mundo.

E é nessa região, mais real do que o "real", que acontecem o absurdo e os disparates.

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