segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A SEGUNDA POTÊNCIA




"A justiça é um número elevado à segunda potência."


( Os Pitagóricos, segundo Simone Weil)



A ordem dos números e a sua harmonia inspiram a primeira ideia de justiça que ainda não é a justiça. A igualdade que concebemos, graças a esta aritmética, é grosseira e impraticável, apesar de poder ser extremamente atractiva no meio da torrente política.

A passagem para um segundo grau exige outra medida e que seja outro o espírito que mede. Deve-se falar aqui de intuição e de uma harmonia secreta, como na música.

A ideia de Simone e, segundo ela, dos Pitagóricos, é que nesta segunda potência, a justiça não perde em rigor, nem deixa  de ser "calculável", embora esse cálculo não esteja ao alcance da razão.

Aquilo a que os Gregos chamavam Necessidade (anankè), que não era o contrário da liberdade, dá-nos uma ideia dessa "segunda" justiça.

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