sexta-feira, 9 de maio de 2008

DO PECADO À FALTA



"Deus quis o pecado, por toda a eternidade, na sua omnisciência e na sua omnipotência? Então ele é de Deus e os homens nada têm a ver com isso. O pecado vem dos homens? Mas isso só é concebível se eles tiverem sido radical e definitivamente separados do seu Criador: não é então mais do que falta dos homens em relação aos homens."

"La foi d'un incroyant" (Francis Jeanson)


Faz sentido que um ser que tudo possa se abstenha e se retire da sua criação (era a ideia de Simone Weil). Mas a liberdade deixada aos homens, donde nasce a ocasião do mal, é só liberdade para eles.

O Criador sabe que a história só pode ter um desfecho e o que eclodirá do ovo da serpente.

Assim, Deus jogaria com dados viciados. Não pode ser.

A alternativa de se extrair a metafísica do pecado e chamar-lhe falta do homem para com o semelhante é a moral social e nada mais do que isso.

Por isso, não se pode deixar de pensar que esta "naturalização" reduz o homem à sociedade, em prejuízo da dimensão cósmica, mesmo se ela era expressa por um antropomorfismo.

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