sexta-feira, 13 de abril de 2007

AMOR QUE NÃO PERDOA


"Medo" (1954-Roberto Rossellini)

Enquanto o marido está na prisão, Irene (Ingrid Bergman) envolve-se com Enrico.

Depois, perseguida pelo remorso, tenta abandonar o amante, mas sentindo-se igualmente culpada por isso.

É nesta angústia que lhe aparece a Sra. Schultze, que Enrico trocou por Irene, perseguindo-a com a chantagem.

À beira de perder a cabeça, Irene descobre que a chantagista é um instrumento do seu próprio marido que assim a pretendia castigar (vemos um exemplo do seu "rigor", quando pune os seus filhos por uma falta insignificante).

O segundo título do filme é "Non credo più all'amore".

No fundo, o que está em causa neste thriller psicológico, baseado num livro de Stephan Zweig, é a incapacidade de perdoar. É esse defeito de generosidade, nos homens que conhece, que não deixa qualquer esperança a Irene. No bilhete que deixou quando pensava no suicídio, pedia perdão e perdoava.

O princípio de uma justiça formal e segundo a letra que inspira a acção do marido condena definitivamente o amor.

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