Margareth Thatcher |
Margareth Thatchter dizia que não era um político de compromissos, mas um político de convicções.
A ideia é forte e está de acordo com a fama de 'dureza' doutrinária. Mas nenhum piloto (para empregar o exemplo platónico) pode deixar de manobrar o leme num mar movediço. O compromisso é melhor garante da paz. Mesmo quando se é forçado como o ministro das finanças grego a ceder alguma coisa, um meio consentimento é sempre preferível à hostilização geral.
Thomas More era um homem de princípios ("a man for all seasons") e foi punido por Henrique VIII por não se vergar à vontade do soberano. O seu leme não se podia virar ao contrário. Sabemos pela série "Wolf Hall" que um Cromwell, de bom carácter, que não Oliver, o chefe dos "cabeças redondas", teve nele um dos seus mais consequentes inimigos. Há sempre uma contaminação dos princípios pelas convicções.
Mas um espírito 'convicto' é indispensável ao debate de ideias. Se todos fossem para esse debate na posição de irem aprender o que pensar, a que o observador 'isento' se julga obrigado, a política seria mais razoável do que os homens, o que está longe de ser o caso. Não, a política não é, nem pode ser razoável, e não é só por causa das paixões. Porque a rede com que quadriculamos o mundo tem uma geometria diferente dos acontecimentos.
Os princípios que inspiram o nosso procedimento devem sobrevoar essa rede sem se deixarem prender nos quadradinhos.
0 comentários:
Enviar um comentário