"O sono da razão" (Goya)
"Ninguém acreditou alguma vez, realmente, que a opinião do maior número fosse também, na ocasião do voto, a mais sábia só por ter vencido.
É uma vontade que se opõe a uma outra vontade, como na guerra; cada uma destas vontades está necessariamente convencida do seu direito e da sua própria razão; convicção fácil de encontrar e que ela própria encontra. O sentido dum partido é justamente o de manter despertas essa vontade e essa convicção."
Elias Canetti ("Masse et Puissance")
É óbvio que a maioria e a razão não são a mesma coisa.
Mas a História demonstra que há uma espécie de razão em todo o acordo, mesmo quando uma maioria se submete a uma minoria ou até a um só.
No limite, a razão seria o acordo entre todos, como acontece com as evidências da aritmética.
Esta justificação dos partidos, por outro lado, é a melhor que conheço para o facto de eles não terem de ser apenas máquinas eleitorais.
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