segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O CAVALO REBELDE




"O nosso intelecto só pode trabalhar eficazmente na medida em que se subtrai às influências afectivas demasiado intensas; no caso contrário, comporta-se simplesmente como um instrumento ao serviço duma vontade, e produz o resultado que esta lhe inculca."

"Considérations actuelles sur la guerre et la mort"

(Segismund Freud)




Tudo estaria na intensidade dos afectos. Segundo Freud, nunca seremos desviados de pensar racional e objectivamente, se tivermos as emoções controladas (o cavalo rebelde de Platão).

Mas por que é que mesmo as pessoas mais "auto-controladas" conservam uma personalidade e uma idiossincrasia? A razão, sendo impessoal, levar-nos-ia a atitudes camaleónicas. Se calhar, "Zelig", a personagem criada por Woody Allen, é o mais racional dos homens, exclusivamente racional no seu mimetismo.

É muito provável que os nossos sentimentos e os nossos afectos nos modifiquem dum modo permanente. Eles criam o "ambiente" interno em que pensamos.

Assim, num cientista, o desejo da descoberta pode ser mais importante do que a lógica do seu pensamento.

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