quinta-feira, 27 de março de 2008

NARCISISMO


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"O indivíduo, encerrado no seu ghetto de mensagens, enfrenta doravante a sua condição mortal sem qualquer apoio "transcendente" (político, moral ou religioso). "O que verdadeiramente revolta contra a dor não é a dor em si, mas o sem-sentido da dor", dizia Nietzsche: passa-se com a morte e com a idade o mesmo que com a dor; é o seu sem-sentido contemporâneo que lhes exacerba o horror."

"A Era do Vazio" (Gilles Lipovetsky)


O sentido que hoje falta à dor e à morte é "anti-darwiniano". É uma fraqueza por que teríamos de pagar em termos de evolução, quando nos comparamos com culturas mais ricas de sentido.

Mas talvez que essa destruição de sentido e de perda de importância dos "valores superiores" seja compensada por um controlo social mais eficaz através da psicologização e daquilo a que o autor chama de narcisismo.

O sentido que a consciência e a afectividade reclamam podia ser então substituído pelo alfa e o ômega do indivíduo.

Ao mesmo tempo que se atinge o zero social, tudo o que atinge o narcisista recebe o pleno do sentido.

Neste ocaso do humanismo encontraremos na energia do cosmos as novas metáforas?

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