terça-feira, 25 de março de 2008

DESCONFIANÇA


Thomas Jefferson (1743/1826)


"(...) um governo livre está baseado na vigilância, não na confiança, é a vigilância e não a confiança que prescreve constituições limitadas, para amarrar aqueles a quem somos obrigados a confiar o poder... a nossa constituição, de acordo com isso, fixou os limites até onde, e não mais além, a nossa confiança pode ir. Em questões de poder, assim, não se oiça mais falar em confiança no homem, mas amarre-se-lo, para que não faça mal, às correntes da Constituição."

Thomas Jefferson , "Draft of Kentucky Resolution of 1789", citado por F.A. Hayek


Esta desconfiança de princípio contra o poder dos homens, sejam eles quem forem, inspira não só o liberalismo dos fundadores da república americana, mas também o radicalismo de entre as duas guerras, em França, por exemplo, à maneira de um Émile Chartier.

Na sua base, está um pessimismo mitigado sobre a possibilidade do mais sincero dos amantes da liberdade e da felicidade do seu povo honrar os seus princípios e cumprir as suas promessas, uma vez no governo, se puder fazer tudo o que ele pensa que a nova situação exige.

Não faltam os exemplos na história desta traição anunciada, e é por isso que desconfiar sempre é o melhor remédio.

Podia-se dizer que os portugueses são dos povos que melhor seguem esta higiene da desconfiança em relação a qualquer governo.

Talvez seja verdade, mas com uma nuança de masoquismo.

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