(Girolamo Savonarola) |
"Savonarola sem dúvida admirava e amava Platão. Mesmo assim sentia que o objecto da arte era a edificação religiosa e mostrou esse ideal para os artistas 'no rosto de uma mulher piedosa quando está em oração, iluminada por um raio da beleza divina.'
Miguelângelo desprezava essa arte feita para os devotos e deixou-a para os Flamengos. Tinha horror à sentimentalidade e quase que ao sentimento. 'A verdadeira pintura', disse, 'nunca fará ninguém derramar uma lágrima.'"
(Romain Rolland)
A sentimentalidade torna-se ridícula numa escultura, e Miguelângelo era, sobretudo, um escultor. Na pintura, e ainda mais na fotografia, o instantâneo é muitas vezes aquilo que se procura e que é mais apreciado. E é claro que o sentimento pode ser passageiro e, ao mesmo tempo, revelador. Poderemos então falar de uma ética da economia de meios?
As 'tentações' da pintura são por isso muito maiores do que no caso da arte de esculpir. Mas quem 'saberá' escolher entre a poliferação barroca de um Bosch e o 'ascetismo' de um Malevich, por exemplo?
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