segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O IDEAL OBJECTIVO

Platão (427/347 A C)


"Portanto, não só a objectividade e o despojamento de valores são praticamente inacessíveis ao cientista, como também essa objectividade e esse despojamento são já em si valores. E sendo o despojamento de valores ele mesmo um valor, a exigência desse despojamento constitui um paradoxo."

"Por um mundo melhor" (Karl Popper)

Um valor tem de ser defendido, não se impondo por si mesmo como evidente.

O facto de não nos podermos completamente despir da subjectividade e dos preconceitos não nos condena, porém, ao relativismo ( de cada um ter o seu ponto de vista e a sua verdade ).

Aqui é o passo perigoso. Porque como é possível acreditar numa verdade não relativa e conforme o momento histórico, por exemplo?

A ideia de Poper (que era a de Sócrates) é que não sabemos nada com certeza e apenas podemos formular hipóteses e conjecturas, as quais devemos continuamente submeter à crítica.

A compreensão histórica e o que Karl Popper chama de "situação do problema" postulam, de facto, um conceito de verdade provisória. Como é o caso da teoria que, através da crítica, cedeu a outra teoria que a compreenda a ela e que explique melhor do que ela.

É a existência deste pensamento objectivo, fora de nós ( o mundo das ideias de Platão e o Mundo 3 de Popper) que nos permite refutar o relativismo da consciência individual.

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