quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ADAPTAÇÃO




Desenvolvendo uma ideia de Raymond Aron, Veyne diz que “ a política não é uma troca, ainda que desigual, de quantidades homogéneas, ela é uma acomodação a situações heterogéneas.”. Uma consequência disso é que não é a justiça nem o interesse de classe  que têm a primeira palavra (já se sabia que não têm também a última).

A mudança tecnológica, por exemplo, tem efeitos imprevisíveis em muitas situações. Pode favorecer alguns interesses em prejuízo de outros e tornar mais ou menos equitativa a situação das pessoas.

Esta ideia duma necessidade objectiva criada pelos homens, independente da sua vontade, é, como se compreende, muito diferente da célebre “correlação de forças”. De facto, não se trata de levar a melhor, mas de adaptação. Duvido, porém, que a adaptação seja a essência do político.

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