sexta-feira, 8 de abril de 2011

CONSELHOS DE UM SURDO

Máscara de Beethoven



“Tenho que me habituar a pensar no todo, logo que ele se apresente, com todas as vozes, na minha cabeça.”

“Nota de Beethoven, em 1810, no seu caderno.”



Não deveríamos todos fazer assim, numa situação nova e complicada? Neste caso, a ideia do todo não é uma solução, é um método para a conformação das partes, um guia para assegurar que, no fim, tudo jogue entre si.

Mas se há uma ideia que ainda não nos apercebemos que não pode ter lugar nesse jogo e que queremos conservar por idiossincrasia, gosto ou fidelidade, ou por uma paixão qualquer, o todo não se apresenta na nossa cabeça e trabalhamos para a dissonância.

Era preciso que Sócrates não fosse tão convencido para ter antevisto o que se ia passar. Mas, ao mesmo tempo, é essa convicção que assegura o seu êxito num país de descrentes.
 

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